sábado, setembro 15, 2012


Que leitor sou eu? - Escritos de domingo

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Olá minha gente querida!!! Nesse domingo, compartilho com vocês que amam leitura, uma reflexão sobre que leitor sou eu. Destaquei a palavra "sou" para dar sentido à minha vida de leitora desde a alfabetização. Ler pelo prazer de ler, ler para resolver problemas, ler para para trabalhos acadêmicos, ler para crescer! Momentos distintos, mas igualmente importantes. Sou uma leitora apaixonada.


QUE LEITOR SOU EU?

Uma reflexão sobre ser leitor me faz pensar de como família e escola tem a ver com a formação de leitores. Perguntas como que leitor sou eu; que recordações tenho de minhas leitura no passado e o que leio atualmente confirmam esse pensamento. Já relatei de como se deu minha experiência com o mundo da leitura e da escrita e quero aqui descrever minha vida entre livros. Na minha caminhada como professora do Ensino Fundamental era comum ouvir entre os docentes a frase “O hábito de leitura começa em casa”, concordo com a frase, mas penso que nem todo leitor tem os mesmos hábitos e nem toda família introduz as crianças da mesma forma no universo da leitura. Tive um pai que lia e incentivava deixando os poucos livros que tínhamos sempre ao alcance dos filhos, havia prazer e interpretação em sua leitura que me encantavam. Com meus alunos, tentava transmitir ao máximo o prazer de ler e tinha o costume de andar entre as carteiras enquanto lia deixava sempre e um acervo à disposição da turma e quem terminasse as lições podiam desfrutar de um tempinho a mais entre os livros, então era comum ver alunos lendo e andando no fundo da sala. Certa vez perguntei a um aluno porque fazia assim. Ele me respondeu que dessa forma ele entendia melhor e porque era assim que eu lia! Interessante, esse aluno chegou ao quarto ano sem dominar a leitura e para mim ele podia andar o quanto quisesse com um livro nas mãos, pois era imensamente gratificante vê-lo participante desse mundo mágico. Posso afirmar que ler é enxergar além das palavras. Por isso vou registrar mais de minhas lembranças infantis. Recordo-me com saudosismo da leitura noturna ao redor da mesa. Líamos o Salmos 23, uma leitura davídica e ao ler “... deitar-me faz em verdes pastos... guia-me mansamente às águas tranquilas...”me deliciava com cenas que me levavam a lugares lindos, agradáveis, mas esse sentimento dava lugar à tristeza, pois entrava o “...vale da sombra da morte...”, a cena era de um lugar triste e sombrio. Terminava a leitura confortada: “... Não temerei mal algum porque Tu estás comigo” Tais cenas sempre se repetem. Minha mãe tinha um livro que ela escondia bem. Mas descobri o tal aos nove anos e quis lê-lo. Serões do Tio Silas, era o nome do livro. Li escondido e na minha leitura, incorporava a personagem Solange, moça culta, educada, prendada e apaixonada, acho que ela escondia por conta do romance, mas era preciso muita atenção, ler nas entrelinhas, havia muita discrição. E o que dizer dos poemas nos livros escolares! Canção do Exílio de Gonçalves Dias, Meus Oito Anos de Casimiro de Abreu me encantavam. Os contos e recontos contribuíram para a perpetuação em minha memória e é assim, também, que valores, conhecimentos e crenças são transmitidos a outras gerações. Tenho filhos e netas leitores.

“Minha alfabetização não me foi nada enfadonha, porque partiu de palavras e frases
ligadas à minha experiência, escritas com gravetos no chão de terra do quintal” Paulo Freire

Um rico e abençoado domingo a todos!!

2 comentários:

  1. Ótimo post, Dirce!

    Assim como você, meu pai também me incentivou a leitura desde criança.
    Lembro-me que nos meus aniversários em vez de pedir brinquedos, pedia livros.
    Meu pai embora tivesse completado apenas o antigo primário, sempre gostara de ler. Sempre teve a vontade do saber.
    Acredito também que além do incentivo de outros, o hábito de leitura é algo condicionado à pessoa.
    Agradeço ao meu pai o incentivo que me deu na infância, e que repassei à minha filha.

    Tenha um ótimo domingo!

    Bjksss

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  2. Ao contrário de muitos, eu precisei lutar para conseguir ler. Não existia para mim literatura infantil, e as de adulto eram inacessíveis. Insisti muito. Folheava revistas Manchete, Cruzeiro, A sertaneja e os jornais que envolviam a carne do açougue.
    Quando leio relatos assim como o seu, fico admirando o carinho dos seus pais na sua formação e no resultado que isso causou. Uma pessoa grata e terna com eles, que repassou aos seus o mesmo carinho e cuidado da leitura da qual teve.

    beijos
    Zizi

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